segunda-feira, 27 de julho de 2009

ROQUE GONZALES " Capital Missioneira da Literatura"

Roque Gonzales TERRA E SANGUE DAS MISSÕES - RS
TERRA DAS ÁGUAS E DA ENERGIA

Visando o aproveitamento da queda de água denominada "Salto Pirapó" para fins da construção de uma usina de energia elétrica, a Prefeitura Municipal de São Luiz Gonzaga decidiu colonizar a região adjacente ainda desabitada.
Para tanto foram encarregados os senhores Júlio Schwengber e Major Cardoso para agenciarem a venda das terras próximas.
Os primeiros compradores e, assim, fundadores de Roque Gonzales são todos colonos de origem germânica e religião católica.
No dia 27.01.1927 o Monsenhor Estanislau Wolski rezou a primeira missa no local e batizou a nova colônia de "Sede de Roque Gonzales".
A Sede evoluiu rapidamente, em pouco tempo tinha capela católica, clube social, escola primária(particular e estadual), etc.
Foi elevada a distrito e sua emancipação aconteceu por Lei de 07.12.1966.
O município está localizado no Noroeste do Rio Grande do Sul, limitado ao Norte com São Paulo das Missões, Porto Xavier e República Argentina; ao Leste com São Pedro do Butiá e Rolador; ao Oeste com Pirapó e ao Sul com São Luiz Gonzaga e Dezesseis de Novembro. Possui uma extensão de 337,74 KM2, com uma população de 7.297 habitantes conforme o Censo de 2007.
No município há 11 escolas, sendo 6 municipais e 5 estaduais.
Um dos símbolos do município é a Bandeira que assim se descreve: retangular, de branco, com uma águia Germânica estendida de preto, encimando duas palmas de verde passadas em aspa e bordadura de vermelho, carregada de oito feixes de cravos da paixão, de branco.
Quanto ao turismo, Roque Gonzales tem vários pontos importantes a serem visitados.
Assunção do Ijuí, local do martírio do Padre João de Castilho, ponto forte do turismo religioso onde se realiza anualmente a Trilha dos Santos Mártires. Nos dias 3,4 e 5 de Maio aconteceu a primeira Cavalgada na Trilha dos Santos Mártires e, em novembro a 9a Trilha dos Santos Mártires.
Cerro do Inhacurutum, o pico isolado mais alto do município de Roque Gonzales, ponto de turismo aventura como percorrer trilhas íngremes. Os amigos do Cerro construíram um belvedere de onde se pode ter uma visão dos Sete Povos das Missões.
Barra do Ijuí, encontro das águas do Rio Ijuí com o Rio Uruguai, é destinado ao turismo ecológico, local do Festival do Barco e da Pesca, Passeio Ecológico Cultural pelas águas do rio Ijuí-65 km.
Salto do Pirapó, leito do Rio Ijuí, onde temos a visão de quedas de águas claras e mansas sobre lages de basalto, numa extensão de 325 metros.
Roque Gonzales - "Capital Missioneira da Literatura" - onde se lê na rua, na praça, nas barrancas dos rios Ijuí e Uruguai, na Biblioteca Pública Municipal que foi destaque em 2008 por sua classificação em 9o lugar entre 6.000 bibliotecas nacionais avaliadas pela Fundação Santilhana(IDEB).
Também em 2008 Roque Gonzales teve o melhor desempenho na "Prova Brasil", ficando em primeiro lugar na prova de Português a 4a e 9o a 8a Série. Já em Matemática a 4a Série ficou em 4o lugar e a 8a série em 20o lugar, dentre 322 municípios que participaram da avaliação.
É também conhecida como "Capital Missioneira da Literatura" por ser berço de escritores reconhecidos nacional e internacionalmente, sendo que um deles possui uma das maiores bibliotecas particulares do estado e do país, contando com um acervo de 10.000 obras, que serve de semente para mais leitores e aspirantes a escritores do município.

Fonte: Calendário de Eventos - 2009
Roque Gonzales -RS
43 Anos de Emancipação Político Administrativa.

" Um pouco de história ao alcance de todos"

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Feira do Livro - São Luiz Gonzaga
























































Antes de 1959, Guarani das Missões era o 5o Distrito de São Luiz Gonzaga.










Nossa terra mãe prestou uma homenagem aos seus artistas locais, Pedro Ortaça e Luiz Carlos Borges, que receberam um busto do Grande Jaime Caetano Braun, um escultura em bronze, produzida pelo talentoso escultor local Vinícius Ribeiro. Participei também deste evento de significado ímpar, como autora presente.










Posso dizer que senti-me nas alturas por estar presente nesta grande noite, que até hoje povoa meus sonhos literários.

Lançamento Oficial do livro na Braspol em Guarani das Missões
























































Uma Missão, Dois Destinos conta a história de um imigrante que veio da Polônia para ajudar a construir este município. A narrativa é fictícia, mas baseada em fatos reais, obtidas através de depoimentos...uma história do saber contado. Fotos do Evento que aconteceu no mesmo ano do cinquentenário de emancipação de Guarani das Missões.

Cinquentenário da Emancipação Político-Administrativa de Guarani das Missões
















Com estas fotos quero prestar uma homenagem ao cinquententenário de Guarani das Missões.

domingo, 29 de março de 2009

Algumas fotos recentes de Guarani das Missões

Casa Polonesa...sede da Sociedade Cultural Guaraniense - Parque de Eventos Clemente Binkowski - Guarani das Missões.
Sede da Braspol - Parque de Eventos - Guarani das Missões - Dia 30/04/2009
Lançamento do livro UMA MISSÃO, DOIS DESTINOS De Ivete Eunice Szinwelski de Oliveira.

ANTIGO CASARÃO, restaurado pela Prefeitura Municipal em 2008. Hoje abriga a sede da SMEC.




PORTAL DO IMIGRANTE: Trevo de acesso à cidade.

quinta-feira, 26 de março de 2009

BREVES NOTÍCIAS DA COLÔNIA GUARANI

Foto de um moinho d'água. Uma réplica dos moinhos antigos. Foto de meu bisavô Johannes Jerzewski e bisavó Maria zynda, ambos vieram da Polônia, oriundos de Warsóvia no ano de 1900. Ele trabalhava como agrimensor, ou seja, fazia a demarcação das terras na época da colonização. Deixou vários descendentes que hoje vivem em diversos recantos deste país e até em países estrangeiros.
Nos dias 18 e 19 de Julho estaremos nos reunindo num grande encontro dos descendentes de Johannes Jerzewski no pavilhão Central do Parque de Eventos Clemente Vicente Binkowski. Em Guarani das Missões.
Além dos sobrenome Jerzewski fazem parte outros como: Zembruski, Jablonski, Szynwelski, Manas, Lysyk, Beidacki, Ciekalski e Hamerski. Estamos trabalhando intensamente para o sucesso deste evento que terá como objetivo principal resgatar as raízes históricas dos nossos antepassados.

Sobre minha cidade, Guarani das Missões. Vejo-a tão esquecia...enquanto o tempo vai passando...Ela só passa a existir de quatro em quatro anos quando alguém se lembra que aqui também ocorrem Eleições Estaduais, quando as promessas de melhoria se multiplicam.
Na hora das ações concretas...pouco ou nada se faz, desde a época em que os colonizadores vieram com suas bagagens e sonhos.

(Trecho extraído do "Kalendarz Polski" _ Museu Antropológico Diretor Pestana) Publicado em Maio de 2008 na revista da Oitava Polfest, com o objetivo de mais pessoas possam conhecer nossa história.

NAS MARGENS DO RIO COMANDAÍ foi fundada em 1891 a Colônia Guarani, que será incluída entre as maiores do Rio Grande do Sul, eis que possui uma área de 150 milhas quadradas, cobertas de espessas matas. Expande-se no sentido nordeste da foz do rio Ijuí até a cidade de Nonoai, aldeia de índios mansos chamados Botocudos. As terras de lá são muito férteis. Excelentes matas estão repletas de árvores que constituem uma imensa riqueza desta região privilegiada. Incontáveis córregos e riachos cortam esta colônia em vária direções. Merecem especial destaque os seguintes rios: Comandaí, Pindaí, Santa Rosa, Nhacorá, Herval Grande, Cebolatí ou Turvo, Guarita, Fortaleza, Várzea, Passo Fundo e outros. Não se pode também esquecer que esta imensa faixa de terras é plana e corre ao longo da fronteira com a Argentina. Devido, pois, a tão vastas extensões e outras vantagens, a colônia da Guarani tem grande futuro. Além disso, possui uma comunicação fácil com a Argentina, eis que os barcos navegam até a cidade portuária de San Javier, situada no território argentino, numa distância de seis léguas da futura sede da colônia Guarani. Até esta última localidade os barcos não podem chegar, eis que são impedidos por pequeno salto no Rio Uruguai. Este empecilho o governo tratará de remover futuramente.
Do mesmo modo, consta que um ramal da estrada de Ferro(São Paulo/Rio Grande do Sul - por Itararé) passará por Guarani. Deste modo os colonos estarão ligados: com Porto Alegre e outras cidades, bem como com colônias do R.G. do Sul: b) com o estado do Paraná e c) com o estado do Paraná e c) através do rio Uruguai, à Argentina, particularmente com Buenos Aires e outras cidades portuárias. Levando em conta condições tão vantajosas a colônia de Guarani deverá tornar-se ponto de convergência para todos os imigrantes poloneses que estão espalhados entre outros grupos étnicos, porque lá, entre estranhos, estão expostos ao perigo, muito natural, de perderem as características de sua nacionalidade: no entanto aqui, unidos por condições tão favoráveis, poderão fundar um núcleo permanentemente típico, " tendo comunicações fáceis com as demais colônias do estado do Paraná. Para evitar qualquer mal entendido, esclareço que estas palavras acima não dizem respeito absolutamente aos que moram, no estado do Paraná ou no nosso Estado. Os quais em núcleos isolados constituem a maioria das populações, tendo em vista unicamente aqueles poloneses espalhados entre estranhos: por estes seria de bom alvitre e conforme a oportunidade, a venda de suas propriedades e sua mudança para Guarani.
Previno, igualmente, que é preciso considerar a estação do ano que mais convenha para se radicar na colônia; eis que os meses de agosto, setembro e outubro seriam os mais adequados para isso, pois nesta época haverá tempo para proceder a derrubada das matas e a plantação de milho. Por parte do governo, contudo, além da terra, pode-se esperar, unicamente, trabalho na construção de estradas; todo e qualquer outro auxílio já foi suspenso, atualmente.
Do mesmo modo, os operários qualificados (artesões) que estejam com vontade de trabalhar - oxalá, só nos primeiros tempos na roça - encontrarão dentro de sua profissão, com toda certeza, mais tarde, melhores ganhos do que na própria cidade. A Colônia Guarani, até agora, é pouco povoada, embora já exista há sete anos. As causas disto devemos procurar: 1) Nos tempos incertos da última guerra civil (Revolução Federalista de 1892-1895) 2) a distância desta colônia em relação aos lugares povoados; 3) finalmente, na negligente administração desta comunidade.
Quanto a Ijuí, existem somente uns 800 lotes coloniais a serem distribuídos, localizados a uma distância de cinco a oito léguas da vila. Assim mesmo, na maior parte destes lotes, fixaram-se " Brasileiros" Ainda que não esteja desaconselhando a ninguémque se radique na nossa colônia, a chegada de mais um patrício causa a todos nós uma imenssa alegria, todavia em tais condições, e prevendo um rápido povoamento de nossa colônia - aconselho a todos os novos imigrantes que se encaminhem a Guarani, que está fadadda a ser um futuro centro exclusivamente polonês, unindo aos, irmãos noestado do Paraná.
O número de famílias em Guarani atinge a 250, das quais 150 são poloneses e, parte restante é composta de suecos e alemães. Um dos primeiros chefes desta colônia foi um sueco - que trouxe muitos compatriotas. Embora o clima local fosse considerado excepcionalmente saudável aos poloneses, morriam os suecos em grande número(mais de cem famílias num ano). No entanto, dentre os poloneses, segundo consta, num período de sete anos, teriam morrido apenas dois adultos e algumas crianças.
Outro "chefe alemão" com uma noção de confort, tipicmente alemâ, "Gemütlichkeit", residia em Porto Alegre. Nos cinco anos de sua administração mal visitou esta colônia algumas vezes por ano.
O atual chefe, "brasileiro", reside permanentemente na sede, e a medida de suas possibilidades, interessa-se por boas estradas e também pelo desenvolvimento da comunidade em geral. Ouvi dizer que, provavelmente, lhe agradam mais os alemães do que os poloneses, devido a um superior "polimento", mas a amioria é constituída por poloneses. Não há dúvida de que Guarani em pouco tempo será povoada por poloneses, então haverá um padre, escola, sociedade, etc. Guarani possui duas cidadezinhas, uma localizada a cinco léguas de Santo Ângelo, onde se situa a administração da colônia, uma farmácia e algumas casas de negócios. A Outra vila está projetada nas margens do rio Uruguai, distânte 10 léguas da colônia. Segundo narrações que chegam ao nosso conhecimento, a estrada que cruza aquelas matas é bastante boa.Consta, também, que ali residem 50 famílias de suecos, que se aproveitando do rio que é navegável, nos momentos de folga dedicam-se ao esporte do remo. Todavia, não possuem um templo religioso e nem tampouco, escola. Ali mesmo, nas matas próxims existem dois aldeamentos(toldos) de bugres mansos. O primeiro, nas margens do arroio de Santa Rosa e o outro, nas proximidades da colônia Militar de NOnoai. Este último tapa mais contato com o mundo, pois está situado perto da estrada que conduz aos estados do Paraná e Santa Catarina e , também, para a Argentina. O primeiro toldo fica situado no interior da mata virgem, isolado do resto do mundo. Segundo consta, todos os bugres já estariam batizados do que aliás, pode se duvidar, pois raras vezes aqui pode se encontrar um padre católico. Nesta colônia as condições para a agricultura são mais propícias, pois a terra é muito fértil. Dos moradores poloneses ali estabeleceidos uma parte se fixou perto da cidadezinha e o resto mais perto de Santo Ângelo. Do meu ponto de vista, procederam mal, porque a cidadezinha recém-fundada terá, mais tarde, singular importância nos meios comerciais. O preçco do lote colonial subirá gradativamente, passo a passo, assim ocorre em Ijuí, enquanto as outras colônias mais afastadas tiveram uma valoriza~ção insignificante. Nós poloneses, que somos obrigados a ficar no estrangeiro, pois nossos ferrenhos inimigos, por meios injustos e fraudulentos, nos arrebataram a nossa Pátri, e junto disso, a possibilidade de uma existência livre- não devemos esquecer, jamais, a nossa querida Pátria-mãe, a qual, apesar de todas as infâmias e perseguições, de seus inimigos acérrimos permanecerá sempre dentro do esplendor do seu passado jamais eclipsado.
Procuremos reviver, conservar e engrandecer os nossos sentimentos patrióticos - eduquemos nossos filhos dentro da religião, nos hábitos e costumes poloneses, recordando-lhes, também, seguidamente, os feitos gloriosos de nossos antepassados, dos reis poloneses, heróis e ilustres homens de estado, só então poderemos viver em paz, com a convicção de que tudo fizemos para nós e nossos filhos, assim como exige a nóssa Pátria sagrada. E então teremos a certeza, que a Poolônia renascerá, sem ajuda externa, contando apenas com suas próprias forças com o auxílio de Deus. Assim quando nos tornamos capazes desta tarefa, Ele nos ajudará e, que desde já, nos abençoe.

Este texto é uma cópia fiel da publicação na revista da oitava POlfest, edição 2008. è uma verdadeira jóia, que temos a obrigação de divulgar e preservar.
Teve como Direção: Micheli Santos; Coordenação: Ilário Valerio Kuligowski; Editoração Eletrônica: Maurício Piltz de Lima; Publicidade: Irena Bielohoubek; Revisão: Clara Emília Hochegger; Impressão: Gráfica Adhara Ltda. Tiragem de 2000 exemplares.

terça-feira, 24 de março de 2009

A Formação das novas cidades através da colonização

Curitiba. Casa construída em estilo polones. Está localizada em um Bosque. Casas semelhantes a esta eram construídas pelos imigrantes quando chegaram ao Brasil.
A imigração polonesa

Causas da imigração

A Polônia deixou de ser uma nação independente, pois foi invadida por três grandes potências: a Áustria, a Prússia e a Rússia. Este país, foi a terceira nação que mais forneceu imigrantes para o Rio Grande do Sul.
Praticamente mais da metade da população polonesa dedicava-se à agricultura em condições precárias, eram quase escravos que trabalhavam para a nobreza feudal ou nas terras que foram usurpadas pelos conquistadores.
A maioria dos imigrantes poloneses saíram de sua Pátria fugindo da opressão violenta imposta pelos invasores. Pois perderam o direito à liberdade, educação, também à religião e qualquer convívio social.
Foram tempos de guerras e dificuldades.
Quase todos saíram como clandestinos, atraídos pela papaganda feita pelo Governo Brasileiro. O início da imigração polonesa no Brasil foi em 1867. Vieram primeiro para o Estado do Paraná, algumas famílias foram para a Bahia e outras para o Espirito Santos.
Muitos que não se adaptaram ao clima, foram deslocados para uma região próxima a Porto Alegre.
A imigração polonesa sofreu um grande impulso com a Proclamação da República, foi interrompida durante a Revolução Federalista.
Aproximadamente 30000 pessoas vieram para este estado até 1920. A independência da Polônia em 1918 interrompeu o fluxo imigratório.
A cidade que mais recebeu imigrantes poloneses foi Guarani das Missões, cerca de 9500 pessoas vieram até aqui. Porto Alegre, em torno de duas mil, Ijuí mais ou menos 600. Muitos foram para Erechim, outros para São Marcos de Caxias.
Não existem dados exatos sobre o número da imigração polonesa, pois, a Polônia não era uma nação independente naquela época, assim os documentos eram emitidos pelas Nações que detinham o domínio do País. Por isso vários poloneses chegaram ao Brasil como alemães, austríacos ou russos.