segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Livro!


Uma MISSÃO
Dois DESTINOS é um romance contemporâneo com elementos históricos descritivos.
Este estilo literário não limita a imaginação e a criatividade. Deixa em aberto um leque de opções, pois abre espaço para os elementos míticos, não apenas a realidade.
Os elementos mágicos são a essência para a realização da arte.
Através de suas personagens, eu, a autora consegui descrever parte do cenário que hoje faz parte da região missioneira.
Desde a época em que os índios, os verdadeiros donos destas terras, que foi dada a eles por Deus, habitavam este espaço geográfico. Viviam livres pela floresta, rica em caça, pesca e recursos naturais.
Descreve parte do que foi a vida dos índios missioneiros, que ainda hoje é cercada de fascínios, mistérios e magias. Viveram numa sociedade idealmente perferita, projetada pelos Padres Jesuítas, que para catequizá-los, constituiram as reduções.
Independente dos interesses que estavam por trás da formação desta sociedade, conseguiram conquistá-los de forma que tinham, nas reduções, um verdadeiro exemplo de cooperativismo. Uma organização social perfeita, onde todos trabalhavam para o bem comum.
Foi por isto, considerado pelos filósofos do Iluministmo, como Voltaire e Montesquieu, a realização da Utopia do Cristianismo, com a busca da Terra sem Males.
As 30 reduções que nasceram do sonho dos Jesuítas passaram a ser uma grande ameaça para as Coroas Espanhola e Portuguesa. Por isso, unidos pelo Tratado de Madrid, impiedosamente, resolveram dizimá-las.
Os Padres Jesuítas, juntamente com seus seguidores, construíram verdadeiras cidades no meio das florestas. Trabalhavam com afinco na construção das casas, ofícinas, mas principalmente nos grandes templos dedicados a Deus.
Cada dia em uma redução era marcado pelo trabalho árduo nas lavouras comunais, nas oficinas, onde eram feitas obras-de-arte, instrumentos musicais, ferramentas e utensílios.
Tinham também as estâncias para criação de gado, o grande horto, onde plantavam frutas e legumes. Cuidavam dos ervais, e também da fabricação de erva-mate para a exportação.
Tudo era divido com todos, ninguém tinha fome. Não havia miséria.
A grande obra, que era o maior simbolo do temor a Deus era a Catedral, majestosa e imponente. Localizada no centro das reduções, representava a gratidão do povo a todas as benções que recebiam.
Os nativos trabalharam arduamente para construí-las: cortavam os imensos blocos de pedra nas pedreiras, carregavam estes blocos a longas distância, em terrenos íngremes, cheios de acidentes geográficos. Depois sobrepunham-nas uma a uma até cosntruir as imensas paredes.
Foram durante certo tempo, vitoriosos. Mas sofreram uma esmagadora derrota.
Hoje existe um descaso enorme em relação aos descendentes deste povo.
Poucas são as citações em obras literárias atuais ou antigas.
Existe um preconceito evidente. Há um rascismo explicito, que nega aos povos nativos qualquer contribuição histórica à formação da sociedade e da cultura de nosso estado.
A maioria dos livros de História, principalmente os mais antiquados, descreve os conquistadores e descendentes de lusitanos, como os grandes e heróicos construtores da sociedade rio-grandense. Rotularam os índios como a bábarie, enquanto que os conquistadores seriam a civilização. Sob meu ponto de vista, os bárbaros, foram sim, os colonizadores, que deixaram um rastro de sangue e crueldade por onde passaram.
Os índios foram elementos passivos, simplesmente usados para ampliar as fronteiras da Espanha, e quando passaram a ser vistos como uma ameaça aos seus interesses, uniram-se a Portugal para dizimá-los através de uma guerra injusta.
Esta guerra, na verdade foi um extermínio. Um verdadeiro e brutal massacre, no qual toda a uma cultura foi tragada para as profundezas da escuridão e da morte inevitável.
No instante em que o grande lider Sepé Tiaraju tombou com sua morte, morreu a nação Guarani Missioneira.
A expulsão dos Jesuítas foi o golpe fatal...restaram apenas as ruínas como prova evidente de tudo o que aconteceu nesta região.

Um comentário:

Unknown disse...

Amiga!
Estou louca para ler esse livro, quero ser a primeira a comprá-lo.
B'jinho