Foto de um moinho d'água. Uma réplica dos moinhos antigos. Foto de meu bisavô Johannes Jerzewski e bisavó Maria zynda, ambos vieram da Polônia, oriundos de Warsóvia no ano de 1900. Ele trabalhava como agrimensor, ou seja, fazia a demarcação das terras na época da colonização. Deixou vários descendentes que hoje vivem em diversos recantos deste país e até em países estrangeiros.
Nos dias 18 e 19 de Julho estaremos nos reunindo num grande encontro dos descendentes de Johannes Jerzewski no pavilhão Central do Parque de Eventos Clemente Vicente Binkowski. Em Guarani das Missões.
Além dos sobrenome Jerzewski fazem parte outros como: Zembruski, Jablonski, Szynwelski, Manas, Lysyk, Beidacki, Ciekalski e Hamerski. Estamos trabalhando intensamente para o sucesso deste evento que terá como objetivo principal resgatar as raízes históricas dos nossos antepassados.
Sobre minha cidade, Guarani das Missões. Vejo-a tão esquecia...enquanto o tempo vai passando...Ela só passa a existir de quatro em quatro anos quando alguém se lembra que aqui também ocorrem Eleições Estaduais, quando as promessas de melhoria se multiplicam.
Na hora das ações concretas...pouco ou nada se faz, desde a época em que os colonizadores vieram com suas bagagens e sonhos.
(Trecho extraído do "Kalendarz Polski" _ Museu Antropológico Diretor Pestana) Publicado em Maio de 2008 na revista da Oitava Polfest, com o objetivo de mais pessoas possam conhecer nossa história.
NAS MARGENS DO RIO COMANDAÍ foi fundada em 1891 a Colônia Guarani, que será incluída entre as maiores do Rio Grande do Sul, eis que possui uma área de 150 milhas quadradas, cobertas de espessas matas. Expande-se no sentido nordeste da foz do rio Ijuí até a cidade de Nonoai, aldeia de índios mansos chamados Botocudos. As terras de lá são muito férteis. Excelentes matas estão repletas de árvores que constituem uma imensa riqueza desta região privilegiada. Incontáveis córregos e riachos cortam esta colônia em vária direções. Merecem especial destaque os seguintes rios: Comandaí, Pindaí, Santa Rosa, Nhacorá, Herval Grande, Cebolatí ou Turvo, Guarita, Fortaleza, Várzea, Passo Fundo e outros. Não se pode também esquecer que esta imensa faixa de terras é plana e corre ao longo da fronteira com a Argentina. Devido, pois, a tão vastas extensões e outras vantagens, a colônia da Guarani tem grande futuro. Além disso, possui uma comunicação fácil com a Argentina, eis que os barcos navegam até a cidade portuária de San Javier, situada no território argentino, numa distância de seis léguas da futura sede da colônia Guarani. Até esta última localidade os barcos não podem chegar, eis que são impedidos por pequeno salto no Rio Uruguai. Este empecilho o governo tratará de remover futuramente.
Do mesmo modo, consta que um ramal da estrada de Ferro(São Paulo/Rio Grande do Sul - por Itararé) passará por Guarani. Deste modo os colonos estarão ligados: com Porto Alegre e outras cidades, bem como com colônias do R.G. do Sul: b) com o estado do Paraná e c) com o estado do Paraná e c) através do rio Uruguai, à Argentina, particularmente com Buenos Aires e outras cidades portuárias. Levando em conta condições tão vantajosas a colônia de Guarani deverá tornar-se ponto de convergência para todos os imigrantes poloneses que estão espalhados entre outros grupos étnicos, porque lá, entre estranhos, estão expostos ao perigo, muito natural, de perderem as características de sua nacionalidade: no entanto aqui, unidos por condições tão favoráveis, poderão fundar um núcleo permanentemente típico, " tendo comunicações fáceis com as demais colônias do estado do Paraná. Para evitar qualquer mal entendido, esclareço que estas palavras acima não dizem respeito absolutamente aos que moram, no estado do Paraná ou no nosso Estado. Os quais em núcleos isolados constituem a maioria das populações, tendo em vista unicamente aqueles poloneses espalhados entre estranhos: por estes seria de bom alvitre e conforme a oportunidade, a venda de suas propriedades e sua mudança para Guarani.
Previno, igualmente, que é preciso considerar a estação do ano que mais convenha para se radicar na colônia; eis que os meses de agosto, setembro e outubro seriam os mais adequados para isso, pois nesta época haverá tempo para proceder a derrubada das matas e a plantação de milho. Por parte do governo, contudo, além da terra, pode-se esperar, unicamente, trabalho na construção de estradas; todo e qualquer outro auxílio já foi suspenso, atualmente.
Do mesmo modo, os operários qualificados (artesões) que estejam com vontade de trabalhar - oxalá, só nos primeiros tempos na roça - encontrarão dentro de sua profissão, com toda certeza, mais tarde, melhores ganhos do que na própria cidade. A Colônia Guarani, até agora, é pouco povoada, embora já exista há sete anos. As causas disto devemos procurar: 1) Nos tempos incertos da última guerra civil (Revolução Federalista de 1892-1895) 2) a distância desta colônia em relação aos lugares povoados; 3) finalmente, na negligente administração desta comunidade.
Quanto a Ijuí, existem somente uns 800 lotes coloniais a serem distribuídos, localizados a uma distância de cinco a oito léguas da vila. Assim mesmo, na maior parte destes lotes, fixaram-se " Brasileiros" Ainda que não esteja desaconselhando a ninguémque se radique na nossa colônia, a chegada de mais um patrício causa a todos nós uma imenssa alegria, todavia em tais condições, e prevendo um rápido povoamento de nossa colônia - aconselho a todos os novos imigrantes que se encaminhem a Guarani, que está fadadda a ser um futuro centro exclusivamente polonês, unindo aos, irmãos noestado do Paraná.
O número de famílias em Guarani atinge a 250, das quais 150 são poloneses e, parte restante é composta de suecos e alemães. Um dos primeiros chefes desta colônia foi um sueco - que trouxe muitos compatriotas. Embora o clima local fosse considerado excepcionalmente saudável aos poloneses, morriam os suecos em grande número(mais de cem famílias num ano). No entanto, dentre os poloneses, segundo consta, num período de sete anos, teriam morrido apenas dois adultos e algumas crianças.
Outro "chefe alemão" com uma noção de confort, tipicmente alemâ, "Gemütlichkeit", residia em Porto Alegre. Nos cinco anos de sua administração mal visitou esta colônia algumas vezes por ano.
O atual chefe, "brasileiro", reside permanentemente na sede, e a medida de suas possibilidades, interessa-se por boas estradas e também pelo desenvolvimento da comunidade em geral. Ouvi dizer que, provavelmente, lhe agradam mais os alemães do que os poloneses, devido a um superior "polimento", mas a amioria é constituída por poloneses. Não há dúvida de que Guarani em pouco tempo será povoada por poloneses, então haverá um padre, escola, sociedade, etc. Guarani possui duas cidadezinhas, uma localizada a cinco léguas de Santo Ângelo, onde se situa a administração da colônia, uma farmácia e algumas casas de negócios. A Outra vila está projetada nas margens do rio Uruguai, distânte 10 léguas da colônia. Segundo narrações que chegam ao nosso conhecimento, a estrada que cruza aquelas matas é bastante boa.Consta, também, que ali residem 50 famílias de suecos, que se aproveitando do rio que é navegável, nos momentos de folga dedicam-se ao esporte do remo. Todavia, não possuem um templo religioso e nem tampouco, escola. Ali mesmo, nas matas próxims existem dois aldeamentos(toldos) de bugres mansos. O primeiro, nas margens do arroio de Santa Rosa e o outro, nas proximidades da colônia Militar de NOnoai. Este último tapa mais contato com o mundo, pois está situado perto da estrada que conduz aos estados do Paraná e Santa Catarina e , também, para a Argentina. O primeiro toldo fica situado no interior da mata virgem, isolado do resto do mundo. Segundo consta, todos os bugres já estariam batizados do que aliás, pode se duvidar, pois raras vezes aqui pode se encontrar um padre católico. Nesta colônia as condições para a agricultura são mais propícias, pois a terra é muito fértil. Dos moradores poloneses ali estabeleceidos uma parte se fixou perto da cidadezinha e o resto mais perto de Santo Ângelo. Do meu ponto de vista, procederam mal, porque a cidadezinha recém-fundada terá, mais tarde, singular importância nos meios comerciais. O preçco do lote colonial subirá gradativamente, passo a passo, assim ocorre em Ijuí, enquanto as outras colônias mais afastadas tiveram uma valoriza~ção insignificante. Nós poloneses, que somos obrigados a ficar no estrangeiro, pois nossos ferrenhos inimigos, por meios injustos e fraudulentos, nos arrebataram a nossa Pátri, e junto disso, a possibilidade de uma existência livre- não devemos esquecer, jamais, a nossa querida Pátria-mãe, a qual, apesar de todas as infâmias e perseguições, de seus inimigos acérrimos permanecerá sempre dentro do esplendor do seu passado jamais eclipsado.
Procuremos reviver, conservar e engrandecer os nossos sentimentos patrióticos - eduquemos nossos filhos dentro da religião, nos hábitos e costumes poloneses, recordando-lhes, também, seguidamente, os feitos gloriosos de nossos antepassados, dos reis poloneses, heróis e ilustres homens de estado, só então poderemos viver em paz, com a convicção de que tudo fizemos para nós e nossos filhos, assim como exige a nóssa Pátria sagrada. E então teremos a certeza, que a Poolônia renascerá, sem ajuda externa, contando apenas com suas próprias forças com o auxílio de Deus. Assim quando nos tornamos capazes desta tarefa, Ele nos ajudará e, que desde já, nos abençoe.
Este texto é uma cópia fiel da publicação na revista da oitava POlfest, edição 2008. è uma verdadeira jóia, que temos a obrigação de divulgar e preservar.
Teve como Direção: Micheli Santos; Coordenação: Ilário Valerio Kuligowski; Editoração Eletrônica: Maurício Piltz de Lima; Publicidade: Irena Bielohoubek; Revisão: Clara Emília Hochegger; Impressão: Gráfica Adhara Ltda. Tiragem de 2000 exemplares.
quinta-feira, 26 de março de 2009
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Um comentário:
Ivete, precisamos de pessoas como vc para manter viva nossa historia, parabéns.
att. Vilmar Person - Pinoquio
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